Caro leitor já faz mais o menos três semanas que eu tenho tido os sintomas da morte, todos sempre me disseram que quando alguém esta perto de morrer acontecem coisas que não podem ser explicadas, coisas que só a morte é a explicação, e nesse caso não tem mesmo explicação, você já tentou explicar a morte? O porquê das pessoas simplesmente desligarem como um aparelho eletrônico.
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A
morte é algo muito complicado para mim, todos ao meu redor sempre souberam do
meu medo de morrer, não sei bem se há motivos para esse medo, talvez haja sim,
talvez seja o fato de eu não me cuidar em relação a minha saúde, ou talvez o
fato de eu ser uns 100 quilos mais gorda do que o recomendado pelos médicos,
talvez pelo fato de eu pensar em morrer 12 horas por dia, todos os dias,
talvez, não sei.
A
morte é algo que me assusta, a solidão também é uma das coisas que me dão mais
medo no mundo, medo, eu tenho medo de tudo, de todos, principalmente se esse
todo for diferente do que eu estou acostumada, sim é natural ter medo do
diferente, mas também seria natural tentar conhecer esse diferente e então
torna-lo rotineiro, a questão no meu caso caro leitor, é que eu não consigo
tornar algo rotineiro além da rotina que eu já tenho desde sempre, eu tenho
medo de animais diferentes, comidas diferentes, as ultimas eu raramente
experimento algo novo em relação a elas, e eu aprecio muito o ato de comer, vê-se
bem pela minha taxa de gordura corporal, o fato é que o diferente pra mim é
algo que deve continuar diferente.
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Solidão,
palavrinha que me acerca juntamente com a morte, eu tenho medo de ficar sozinha,
eu sempre disse que queria um pouco mais de liberdade aqui em casa, sair mais,
conhecer gente, mas ai quando me surge 1% dessa liberdade eu simplesmente sou
assombrada pela palavra do começo da nossa discussão, medo, isso, o medo, eu
tenho medo da liberdade.
Meus
pais nunca foram do tipo de que deixam filhos fazerem tudo o que querem, no
caso se eles deixassem não teriam o nome de pais, essa é a função dos pais,
ensinar e repreender, e assim ensinar o caminho certo a se seguir não é? Certo,
mas por que então eu simplesmente não consegui achar caminho nenhum? Não culpo
meus pais, de maneira alguma eles tiveram algo haver com a minha falta de
escolha, a culpa foi totalmente minha, eu não consegui escolher nada porque o
caminho sempre muda primeiro, filha exemplar, depois aluna exemplar, depois
profissional exemplar, e então morta? Ta mais na deveria ter mais que isso?
Talvez, amiga exemplar, irmã exemplar, tia exemplar, mãe exemplar, neta
exemplar, sobrinha exemplar, tudo exemplar, no meu caso não consigo ser nada
disso, meus comportamentos não tem nada de exemplar mas também nada de não exemplar,
é um grande nada, eu não sou certa nem errada, no momento vivo um misto de, sou
e não sou.
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Autora: Valentina